Terminei a tese. Enviei-a ontem pelo correio aos professores que estarão na banca de defesa daqui a um mês. Simples assim! Quando se escreve uma tese parece que esta palavra nunca vai chegar: “terminei”. De fato, ao menos para mim, chegou à revelia. Eu queria continuar escrevendo. Ainda tanto a dizer e... tanto a ler para poder dizer. Hoje, ainda muito cansada, veio-me a lembrança de tudo. Quando disse que esta tese me deu muito, não estava brincando. Creio que vivi, nos últimos quatro anos, os mais felizes da minha vida. E olha que não acho que minha vida tem sido ruim há pelo menos dez anos! Nada do que eu poderia ter hoje devido ao meu emprego – que me pagava quase três vezes mais do que ganho com a bolsa de doutorado – poderia se comparar a todas as experiências que me dei durante este tempo. Eu sinto como se tivesse sido um grande mergulho em tudo que me espanta, me comove, me leva adiante, me tira do comezinho da vida. Não apenas o ano em Paris, nem as tarde na Biblioteca Nacional Miterrand, mas o tempo em Rio Preto, onde conheci pessoas maravilhosas, o tempo em Campinas onde vi milhares de filmes, o tempo em Sampa onde vive o amado e agora vivemos. Dei-me o direito de vivenciar tudo que apenas pressentia – as peças de teatro (minhas longas incursões ao subúrbio de Paris para acompanhar o Ano Beckett; os muitos shows, teatro, dança de Sampa). Se pudesse, viveria estes quatro anos por todo o resto da minha vida... E, no entanto, sei que a vida tem que continuar, ir mais adiante, avante. Estou pronta, como sempre estive para a vida!
5 mulheres para acompanhar os passos:
Há 8 anos