sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ano ano ano, venha

Em tempos de tempestades Diversas adversidades Eu me equilibro, e requebro É que eu sou tal qual a vara Bamba de bambu-taquara Eu envergo mas não quebro (Lenine/ Carlos Rennó) No fim de ano,  tudo fica meio em suspenso. Eu fiquei dois dias sem dormir - e não é modo de falar - na tentativa de colocar a vida em dia, antes de vir para a casa da minha irmãManeca, onde...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ser mulher sem tempos mortos

Realizar algo em que se coloca muita expectativa pode ser meio caminho andado para a decepção, para a sensação de que a imaginação era muito maior do que o acontecimento. Um risco. Falo ainda da peça Viver sem tempos mortos, direção de Felipe Hirsch, com Fernanda Montenegro. A outra peça que eu escolhi assistir nos poucos dias que fiquei em Sampa – Prometeus – mais me decepcionou...

domingo, 11 de dezembro de 2011

Lira

Por que Lirinha, com sua fragilidade tão escancarada, com sua sensibilidade tão à flor, me chama a atenção? Será por que sua música, embora revestida agora de toda espécie de parafernália eletrônica, é ainda dolorosamente sentimental, como um pedido de socorro que não quer ser atendido, justo para que possa, sendo música, ser dor? São seus tecnomovimentos que tornam ainda...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Augusto de Campos e Caetano Veloso::: eu fui

Eu conheci a poesia através do meu amigo Binho. Trago em mim aqueles dias de conversas sem fim. E ele é um poeta visceralmente apaixonado pela poesia concreta. Fui por esse caminho, embora ainda hoje não seja grande leitora de poesia – aliás, não sou grande em nada. Dispersa, cultivo diversas paixões, que me causam muito mais experiências do que conhecimento. Para se ter conhecimento,...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sobre a amizade

Propositalmente, fui para São Paulo dois dias antes do encontro com meu irmão Ferdin e minha irmãMana (sim! o de acaso em acaso tem muito a ver com ela), para ter tempo de encontrar duas amigas. Ando sentindo falta dos amigos. Não porque não os tenho aqui, mas porque tenho muitos espalhados mundo afora. E como um ser nada afeita a telefone e cada vez mais afastada das redes...

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Alguém aqui conhece uma pessoa livre do amor?*

Acabo de chegar de São Paulo, para uma viagem que seria inusitada, se não houvesse outras, igualmente extemporâneas, que a precederam. De acaso em acaso, eu fui a São Paulo porque queria assistir a Fernanda Montenegro no palco interpretando Simone de Beauvoir, em Viver sem tempos mortos, assim como, um dia, fui lá também, junto com Mariamada, só para assistir a uma peça teatral,...

sábado, 5 de novembro de 2011

greve na Unir

Estamos em greve há mais de um mês. E numa greve, os desgastes são muitos. Mas as razões da greve são tantas que é impossível não aderir. Muito antes da greve, numa reunião com a pró-reitora de pesquisa à época, eu já havia "jogado lama no ventilador", bem no meu perfil "justiceira", criando aquele tipo de momento constrangedor em que ninguém lhe apoia, pois os dividendos...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

livros

amanhã, eu faço 37 anos e, talvez pela primeira vez em muito tempo, não sinto "aquela" euforia. e eu acho isso de uma tremenda ingratidão com a vida. então fica assim: próximo ano, eu prometo comemorar. o que comemorar, tenho. há tanta beleza por aqui::: só a existência do Poeminha, com seu sorriso lindo, suas mãos delicadas agarrando nossos rostos para dar aquele beijo, com...

terça-feira, 18 de outubro de 2011

de pernas pro ar em tempos nublados

não canso de me espantar com a banalidade da vida. e com a força das escolhas que, parecendo escolhas, acabam por nos jogar num emaranhado de situações, muitas vezes, penosas. Tatupai brincou, neste fim de tarde de domingo, que eu estou em "reabilitação", reaprendendo a ter os fins de semana como meus. o que de fato acontece é que estou remodelando não as escolhas, mas o "emaranhado...

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Deslumbres em mim

Olga dias desses escreveu que não gosta de gente deslumbrada. Eu fiquei meio cabisbaixa, porque eu gosto muito da Olga. Gosto quando ela aparece por aqui. E quando eu apareço por lá e tem algo bom de ler e de sentir. Então, eu pensei em dizer que tenho deslumbres em mim. Uma forma de abrandar a palavra chã e mal vista = deslumbrada. Tenho deslumbres. e estou convicta de que...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

o real é a imagem?

os livros trazem a nossa história. traem a nossa história. contam aquilo que somos e o que queremos ser, sem meio-termo. esta pilha, mesmo. vale toda uma história. a parede, por exemplo, não é mais vermelha. trocamos por um cinza-verde, se é que. nem os livros estão mais aí, embora continuem empilhados com o "Santos Dumont" em cima. esses livros - como promessas cumpridas...

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

sobre as birras e o amor

com filho não adianta fazer birra. e eu sinto, por experiência como filha e como mãe, que é o que as mães mais fazem. as mães são aqueles seres abomináveis que querem tudo dentro da ordem, inclusive, ou sobretudo, o filho. e eu lhes digo que Poeminha não é de brincadeira. a palavra que ele mais fala é "não". e duvido que seja por imitação. é para tripudiar em cima das minhas...

domingo, 11 de setembro de 2011

conferenciazinha no eell

estive num encontro de estudos linguísticos e literários (eell), da unemat, em pontes e lacerda. bem aqui, pertinho. fui sozinha. ou quase sozinha. meu amigo leandro foi também. meu chefe, aliás. de departamento. quase, porque nos vimos muito pouco lá. eu mesma só desenfurnei do hotel no dia da minha conferência*. coisa esquisita é gente que tem que falar sério. fica enfurnada...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

a vida e as poses sem pose

 sim. bastante narcisismo. esclareço::: são praticamente as únicas "poses" de um mês de férias. férias que existiram porque eu não morri. vez ou outra, eu solto o besterol sincero: !ainda bem que eu não morri! qual é a parte bonita da vida? toda ela. fez um ano que eu quase morri. adoeci no mês do cachorro louco. um mês com um histórico enorme de dores nas minhas...

terça-feira, 30 de agosto de 2011

sobre as leituras e sobre o que sinto

halem me pede para falar de livros, cinema e música. e eu lhe digo que, além de tirar muito pó de móvel, eu tenho lido bastante. e a música nunca pára de tocar na vitrola daqui de casa. cinema é que são elas. serve desenho animado? de primeiríssima qualidade? filho é quem anda mandando nesta seara. mesmo quando a gente desliga, é pensando no seu querer.  mas como eu ia...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

estou limpando o pó de algumas neuroses. e criando outras, que ninguém é de ferro. nem super-mulher. dito de outro modo::: tirando muito pó de móveis para não me entristecer de vez. eu já disse aqui que prefiro a imagem de quem sente do que a fleuma apática de quem não faz o menor esforço para sentir. eu estou de saco cheio. saco cheio de gente sem humor. sem delicadeza. sem...

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

sp

são paulo continua a mesma com tudo aquilo que eu mais amo. eu que já não sou mais a mesma. custa-me falar algo tão lugar-comum. mas é verdade. perdi a urgência. num intervalo de três anos, descobri que posso deixar de ver tudo que esta cidade oferece. e foi sem urgência que me deixei levar pelos dias. olhei de forma displicente o guia cultural. e por isso deixei de ver uma...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

a dor de todos nós (ou louise bourgeois)

 explicando ao taxista o que eu ia fazer no instituto tomie ohtake num domingo: "(...) é preciso gostar de arte contemporânea para gostar desta artista". uma imprecisão. a artista em questão era louise bourgeois. esta foi a outra coincidência que me causou espanto. uma exposição de bourgeois em sampa. quando soube, comecei a desconfiar que não era coincidência. e comecei...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Sobre as coincidências (ou Trilhas sonoras de amor perdidas)

Eu gosto dos que têm fome E morrem de vontade Dos que secam de desejo Dos que ardem  Estes versos da Adriana Calcanhoto eu bem poderia continuar assim: eu gosto mesmo daqueles que não sabem muito bem o que fazer com esta sede, com esta vontade. Dito de outro jeito: gosto dos desajustados, dos chatos, dos malucos, das belezas, dos que me irritam até o último fio do...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Instantes de Itamar Assumpção

o amor que devoto a itamar assumpção explica as quase duas horas em que passei chorando ao assistir a um documentário sobre ele no espaço unibanco da Augusta. Uma daquelas coincidências que arrepiam só de pensar - como é que depois de tanto tempo sem ir a São Paulo vou logo na semana em que está passando um documentário sobre este músico que há tanto tempo está em mim?  Daquele...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

a maluquete amy

que tarde triste. fiquei tão brava com esta maluquete. como é que ela nos deixa com esta batata quente na mão? este mundo ficando cada vez mais careta, tudo encaixotadinho, politicamentecorreto, os guetos cada vez mais acentuados, até os fumódromos ao ar livre desaparecendo, intolerânciamil, as pessoas cada vez mais feias, aí amy inventa de morrer para dar mais...