sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A oficina de Brennand

Sou um senhor feudal supersticioso e pornográfico. Brennand Um lugar que nunca deixo de ir quando vou a Recife é a Oficina de Brennand. Eu vou, e topo com ele. E levo todo mundo comigo. Brennand me fascina. Mas o seu lugar me fascina bem mais. Já vi exposição dele em Belo Horizonte e em São Paulo, e gostei, claro, mas o deslocamento diminui um pouco o impacto. O que se vê...

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Natal

Poeminha transitou tranquilo no meio de tantos presentes. Só uma vez chorou por um que não era dele. O aprendizado da partilha. Agarrou mesmo foi o que lhe alimenta, despojado de pertences. Quando a vontade de dormir bateu, tocou meu rosto, como quem diz.  ...

Um dengo do Ernesto Neto

Se eu pudesse, eu iria. E levaria Poeminha para brincar neste playground. Iria mesmo. Gosto demais da palavra dengo. E gosto demais de Ernesto Neto, desde que vi sua instalação no panthéon, em Paris. Quem diria que seus monstros gosmentos, quase líquidos, suas estalactites que tanto me assombraram, poderiam virar este mundo colorido de fantasia? Um artista sabe dizer:...

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O mau vidraceiro de Nuno Ramos

Nuno Ramos não deve caber dentro de si. Seus peixes metalizados agonizam faça chuva ou faça sol no Ibirapuera para não deixarem dúvidas da veracidade da sua inquietação. É um artista que sapateia sobre as várias formas da linguagem. Em busca de transbordá-las. Ou jogá-las fora quando parece usar todas ao mesmo tempo. Artista plástico, escritor, pintor, matreiro, urubuzento,...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

sobre o ritmo

demorei para me acostumar com o ritmo, como se ele ferisse o que até então era meu ritmo ideal. não apenas os meus movimentos limitados, mas a movimentação agora própria da casa me era estranha. demorei para saber que isso que agora fazia parte do meu cotidiano era a movimentação de uma família, ou de uma família com filho. os tatus, bebedores de vinho e cerveja, amantes...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Por ora, a vida

A Princesa, clicada por mim, na  sua noite Por um tempão eu me perguntei por que na volta para casa fui ler Memória de elefante, do António Lobo Antunes, um livro triste, triste, triste. E emendei com as suas Entrevistas, um catatau onde ele destila seus venenos, alternando sua crença na literatura com a pouca crença nos escritores. É um livro triste para se guardar,...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dinda

Maria Teresa nasceu. Isto de estar viva e ver o outro nascer. E sem que ela saiba, ser ela parte de mim, porque em mim estão todos que amo. E amo por extensão Maria Teresa, que me causou um pranto longo de alegria por saber Marimãe.  Maria Teresa, quando falar, vai me chamar de madrinha. É porque é nossa história que se alonga, que adentra no tempo....

domingo, 5 de dezembro de 2010

os dias os dias os dias

Tenho sentido mais vontade de ler do que de escrever. E tenho ouvido muita música - uma coisa bonita de ficar aqui com Poeminha e, enquanto ele brinca, me entrego a ouvir, exausta, com esta fadiga que fez morada em mim, mas que qualquer hora vai partir. Tenho lido uma coisa e outra. Nem sempre literatura. Reli A via crucis do corpo, da Clarice. E li A morte de DJ em Paris,...