terça-feira, 31 de julho de 2012

I don’t give a shit


encontrei esta frase no facebook da lígia, uma moça muito linda que conheci no tempo do doutorado. linda mesmo. por dentro e por fora::: "não existem pessoas más ou pessoas boas, apenas sincronismo ou assincronismo... melhor ver as coisas como relações, não como coisas :)". não sei se a frase é dela, mas me apropriei porque ando precisando. tem momentos em que é difícil acreditar no humano. mas é preciso acreditar. não naqueles que é preciso enterrar. mas naqueles que ficam. também li em algum lugar o que nietzsche diz sobre o esquecimento. pois estou em processo de esquecimento. enterrando os mortos. para esquecê-los. não aqueles que realmente morrem. porque para esses o luto é para sempre. mas aqueles que é preciso matar. não podemos ter medo do seguir. seguir em frente ao podar as plantas do jardim. "eu acho que é isso que eles precisam saber" - também ouvi isso nestes dias. do feio, do desleal, do dissimulado do outro me afastar. da mentira, da falsidade me ausentar. não dá a mínima. apagar até mesmo os resíduos.  ninguém pode mesmo tirar o que é nosso, se não deixarmos. é o que tenho feito. quanto mais assinconia, mas me afasto para o lugar que é meu. o que ninguém pode tirar. quem tem hoje um lugar tão bonito? sentar na rede e ler um livro. encostar no ombro e ver um filme. ler um texto e dizer do caminho que já está ali. tudo é movimento. tudo é sentimento.
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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Belém... e a amizade


fui a belém. belém sempre fez parte de meu imaginário. tenho amigos músicos que sempre disseram da cena da noite de lá. eu vi pouco da cena da noite. mas vi a música 11h da manhã, banda sinfônica do pará no teatro da paz de lá. e a cidade toda de repente me pareceu tão bonita, com aquela decadência de um passado que já se foi.

eu estava triste pra caralho e nada tinha a ver com belém. tinha a ver com as coisas irresolvidas das minhas escolhas. mas vou dizer::: tinha meu amigo rivero lá. e ter amigos no mundo faz toda a diferença. e me enche de uma alegria doida. às vezes, me senti deslocada naquela casa tão linda que é dele e daquela moça que teve de aguentar a amiga do marido. e porque aguentou de forma muito bonita, muito humana, me senti acolhida, com vontade de ficar por lá (obrigada, oriana; uma mulher com nome tão lindo não poderia ser diferente!). e guardei em mim aquele bar onde pude ficar ali com meu amigo falando de coisas triviais, de coisas bonitas, e, de repente, um quase tudo dizer: "você está feliz?" e éramos nós dois ali, e todo nosso passado. e todo nosso presente. e o porvir. sim, já vivemos muito. já quase morri. já vimos o ir do rio muitas vezes. e as distâncias pareceram nada. isso se chama amizade. é o que me faz ir. é o que me faz sentir bem. é o que me faz pensar que vale estar no mundo.

e tinha a mariflor, aquela moça que me dava comida em paris e que me levava para as lojas de departamento para comprar roupas por 5 euros. era tudo tão bonito e eu sabia que era bonito. por isso, pude agarrá-la com força - na casa linda que é dela - e sentir a mesma beleza. a mesma de quando tudo estava a nosso dispor.é também a lindeza da amizade. eu quis estar lá - no seu mundo, no seu lugar, no seu tempo.porque onde existem amigos é onde devemos estar.
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sim, foi bom. foi muito bom.  belém. tem que ir lá. tomar sorvete. beber cerveja. caminhar. ver o forte. e os prédios todos que um dia foram bonitos. e descobrir que cerâmica marajoara não se encontra em qualquer esquina. e que todo turista é uma grande anta que não sabe ver nada além da unidade. que o mercado não é nada bonito, mas é. porque quando deixa de ser imaginário, fica um pouco desse imaginário na vivência. agora vivência.
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