terça-feira, 4 de agosto de 2009

Os relâmpagos de Gullar


Ferreira Gullar me causa estranheza. Gosto muito da sua poesia, mas não gosto das suas entrevistas e de vários de seus textos. Sua luta em defesa da pureza da arte é quase vã. Uma vida toda de mea culpa por ter caído momentaneamente de amores pela poesia concreta. Aí veio o neoconcretismo, a volta à poesia discursiva... Mas nada disso tem importância quando leio seu livro Relâmpagos. A paixão pela tradição aqui tem outro matiz. E o que é imagem viram palavras carregadas de emoção e sensibilidade. Relâmpagos são pequenos instantes de delicadezas, como se Gullar, desnudo, tivesse contemplado por muito tempo cada pintura, cada escultura, e tirado dessa contemplação nem análise nem crítica, mas palavras de quem ama intensamente - palavras de amador, palavras amorosas. Não pode haver melhor transporte, melhor tradução para a arte, do que palavras assim - em carne viva.

ps. para minha surpresa, quando estava à cata de uma imagem, descubro que o livro está digitalizado. Eu ainda prefiro o folhear, mas para quem não se incomoda, é só clicar aqui.
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2 Palavrinhas:

Cristina Soares disse...

Eu tbém prefiro folhear... Beijocas amiga !! E como está o Poeminha ?? Quando ele nasce ???? Novo blog contando minha viagem a Portugal... quando puder me visite !! www.promessaemportugal.blogspot.com

Um abração !!

Sergio disse...

hum...sempre gostei do Gullar...De todas as fases. Valeu a dica!

Como vão você e o Bernardo? (Adorei o nome!)