terça-feira, 27 de outubro de 2015

4.1





rô interrompeu a trivialidade que eu quis imprimir ao dia enviando flores de muito longe. Poeminha  deixa buracos no seu álbum de fotos gigante e faz delas o que quer. metódico, procura lugares que julga ainda melhores. inventa porta-retratos de todo tipo. e novos álbuns de fotos. traz uma folha que pintou em Sampa no dia das crianças e tem uma foto nossa bem no meio. e fico pensando que ele não para de me emocionar. 

nem que seja para contrariar a mim mesma me orgulho ao deixar que ele espalhe seus desejos pela casa. se eu estiver errada, e se tiver mesmo algum problema com excesso de ordem e limpeza, como vez ou outra sempre tem quem diga, posso ficar ainda mais contente comigo mesma::: a bagunça de Poeminha é o excesso que não me perturba quase nunca. não é todo dia nem qualquer uma - quanto mais neste difícil papel de mãe - que consegue que a própria loucura não atinja o filho. 

talvez esteja de bom tamanho para os 41 anos. mas quem pode saber? eu não sei. aos 41, eu devia querer saber dirigir, ter uma casa, um carro acima de 1000, mas o fato é que eu não quero nada disso. vez ou outra digo que quero. mas é mesmo só para afugentar a consciência. ou para acalmar a manaMácia que faz planos para que eu envelheça com alguma dignidade. mas se me perguntarem o que realmente gostaria de fazer nos próximos dez anos, eu diria que quero conhecer dez lugares diferentes::: um por ano. seria bonito. e seria tão mais instigante. porque aos 50 deve ficar mais difícil. então, dos 41 aos 50, eu queria ir a Machu Picchu, a Nova Iorque, aos Lençóis maranhenses,  a Fernando de Noronha, a Berlim, a São Petersburgo e onde mais der na telha.

talvez seja isso que esteja de bom tamanho:::: manter a postos os desejos. não deixar que eles atrofiem. manter o mesmo sorriso de sempre. a mesma loucura. não acreditar nunca na descrença. puxar o olho do tempo em que tudo era bom. querer olhar o porvir. querer que ele exista. não morrer ---- porque quem já quase morreu, sabe da possibilidade. 

(espero não perder o que consegui ao longo desse último ano, que poderia ser dito de muitas formas. mas que talvez deva chamar de cuidado de si (mim). que veio num momento muito difícil, no qual eu precisava acreditar de alguma forma. pode parecer que seja apenas exterior. mas não o é. conquistei muita coisa dentro de mim a partir desse cuidado).

talvez seja isso. ou não. sei que tem dias que o mundo balança. mais que antes. e ainda assim, me sobra tempo para os quereres.e quem não há de dizer que tudo vale a pena, se a alma...
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