terça-feira, 15 de julho de 2008

Sobre amigos e música

Neste sábado, no bar do Rui, reduto dos músicos de Porto Velho, ouvi do Guilherme Wisnick, filho do José Miguel Wisnick, que estava surpreso ao constatar que havia nesta cidade pessoas interessadas e interessantes em relação à música. Eu adorei a definição, e acho que é isto mesmo. Eu sempre tive vontade de escrever um post sobre estes músicos, o que ainda não será desta vez (acho que todo blogueiro pensa em vários posts que acaba não escrevendo! mas este farei em breve, prometo!). Porto Velho, a cidade que morei por 14 anos e onde sempre venho por conta de que minha irmã mora aqui, tem músicos maravilhosos. E o que é melhor: conheço alguns deles, sendo que ao menos dois deles são grandes amigos. E há outros queridos, queridíssimos. Cada noite em Porto é uma festa com muita música, seja na casa de meu amigo Binho, seja no bar do Rui, que acolhe todos estes músicos loucos. É uma grande confraria com muita "canja" e direito a bastão passando de pai para filho, como é o caso do Bado e Edgar. Vimos este último, filho do primeiro, virando músico aos poucos. E hoje é com um misto de orgulho e alegria que o vemos tocar seu violão com a alegria e sinceridade que já reconhecíamos no seu pai. E o que é melhor: todos são grandes conhecedores de música. Pesquisadores mesmo. É uma delícia. Enquanto o mundo reclama da vida, a gente se encontra para dar boas risadas, falar de música e, claro, beber muita cerveja até que alguém perceba que já estamos todos meio bêbados e é hora de irmos para casa. Foi em um ambiente assim que Guilherme se deu conta de que na Amazônia não se respira apenas "bumba meu boi". Aliás, aqui em Porto, todo mundo quer ser inclassificável e repudia um pouco esta história de "regionalismo". Canta-se a natureza, os costumes, as pessoas, mas em uma sonoridade que vai muito além dos temas recorrentes. A identidade é o mundo todo. Uma vez perguntei a uma amiga o que ela tinha vindo fazer em Porto Velho, e ela me respondeu: "Encontrar vocês, ora!" Esta também é uma boa resposta. Além de vir para cuidar da Jéssica, minha sobrinha-princesa- d*...-amadaalémdaconta, eu gosto de pensar que vim para conhecer estas pessoas, que são muito, muito interessante, meigas, carinhosas, lindas! Eu que não sei nem cantarolar, mas sou uma curiosa inveterada a tudo que diz respeito à música, fui acolhida por todos eles e a cada vez que aqui volto é como se tivesse sido ontem que nos encontramos. Neste sábado, foi lindo. Todo mundo apareceu no Rui sem que nem mesmo precisássemos combinar.

E por conta de sábado tão intenso, passei estes últimos dois dias em um estado de alegria e solidão. Por mim, teria prolongado esta noite por muitas noites. Por esta razão, uma das primeiras coisas que fiz ontem foi visitar a loja de cds que freqüentava quando morava aqui. Lá tem o "Ceará", vendedor que conhece tudo de música e com quem eu batia longos papos. Saí de lá, como sempre saía, com várias preciosidades. Comprei Maré, da Adriana Calcanhoto (merece um post de tão bom!) e , de Caetano (outro post!), além de uma edição comemorativa do Clube da Esquina. Não satisfeita, passei boa parte do dia navegando no site da Tratore atrás de cds que há tempos estou a fim: Chicas, Amy, Chico César, Barbatuques, Alexandre Grooves, Cidadão instigado... Todos entraram na minha sacola de desejos.
E tudo isso porque noites assim me fazem lembrar que há pessoas no mundo que não mastigam apenas o que é enlatado, de fácil digestão. Eu queria que no mundo existissem mais Binhos, Bados, Elisas, Ceiças... Certamente, seria um mundo muito mais cheio de poesia e de espantos.
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3 Palavrinhas:

renata penna disse...

nada como boa música embalando sentimentos... bjo, querida!

meus instantes e momentos disse...

dando mais um passeio pelo teu blog. Gosto daqui.
Bom fim de semana
Maurizio

Cristina Soares disse...

Eu tenho Maré !!!! Muito bom !!!