quinta-feira, 8 de abril de 2010

para o filho


Poeminha, você é um glutão - como o seu pai. Maça banana pêra caqui melancia melão uva, tudo você já comeu. E também feijão arroz carne peixe legumes. E sem passar no liquidificador. Você mastiga como quem sabe. Sorri, abre a boca, agita os bracinhos e vai provando os sabores do mundo. E não teve nenhuma dor de barriga, como tanto nos alertaram. Uma revolução, Poeminha, na nossa geladeira, sempre tão cheia de guloseimas industrializadas ou tão vazia de donos que almoçam fora. E, filho, ontem fiz seu primeiro almoço. E você logo vai saber: eu não sei cozinhar. E não gosto. Mesmo assim, senti-me tão orgulhosa, tão feliz fazendo a sua comida. Nem sucos eu sei fazer, filho. Ou melhor, não sabia. Diante de uma melancia: "e agora, põe água ou não?" E com o melão: "coa ou não coa?" E com as uvas: "tira as sementes?". Assim, filho, atrapalhada, eu vou me descobrindo, encontrando respostas que viram deliciosos sucos e almoços que passam pelo crivo do Tatupai, ele, sim, o cozinheiro da casa. Viu, filho? Você é um sortudo. E eu também: seu pai está aqui pronto para te salvar e  salvar a Tatumãe dos apuros da cozinha: "quanto tempo deixo a carne cozinhando?". "Ah, tá, então tá".
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2 Palavrinhas:

dade amorim disse...

Retratos de uma felicidade seria um bom nome para teu post de hoje, Milena.

Feliz com você.

Um beijo pra cada Tatu.

. disse...

Ai, eu queria fazer um comentário mais inteligente, mas é MUITO FOFO esse teu poeminha! Beijos.