terça-feira, 1 de junho de 2010

Precisos líquidos, de Louise Bourgeois

"O significado da arte moderna é que você tem de encontrar sempre novos meios para se expressar, para expressar os problemas, que não há meios definitivios, nem uma abordagem fixa. É uma situação dolorosa, e a arte moderna trata dessa dolorosa situação de não haver absolutamente uma maneira definitiva de se expressar. É por isso que a arte moderna continuará, porque essa condição permanece; é a condição humana moderna... É sobre a dor de não ser capaz de se expressar adequadamente, de expressar suas relações íntimas, seu inconsciente, confiar no mundo o suficiente para se expressar diretamente nele. É tentar manter a sanidade nessa situação, ser prudente e temporariamente são expressando a si mesmo. Toda arte vem de fracassos terríveis e de necessidades terríveis que temos. É sobre a dificuldade de ser um self, porque somos desprezados. Em todo o mundo moderno há desprezo, a necessidade de ser reconhecido que não é satisfeita. A arte é um modo de reconhecer a si mesmo, e é por isso que sempre será moderna".

BOURGEOIS, Louise. Desconstrução do pai, reconstrução do pai: escritos e entrevistas 1923-1997. São Paulo, Cosacnaify, 2000. p. 166.


Preciosos líquidos, no Centro Georges Pompidou, toscamente fotografados por mim.
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1 Palavrinhas:

Anônimo disse...

Se a arte moderna deve sempre buscar "novos meios para se expressar", o que fazer então dos espectadores (eu, por exemplo) que mal compreendem os "meios velhos de expressão"?

Não consigo olhar para as artes plásticas sem enxergar certo elitismo. Mas a miopia deve ser minha mesmo.

Um abraço.