sábado, 2 de fevereiro de 2013

acúmulo. coisas. memória.



de novo, cuidando da casa. aliás, nunca deixei de cuidar. é uma paixão (mas há um tempo que até as paixões mais mundanas cessam). d. antônia foi embora pela enésima vez, embora sempre volte. então, tenho me dedicado ao cuidar. e também ao aprender não cuidar tanto assim. este último aprendizado é o mais difícil. uma vida toda condicionada à limpeza, à organização. a mente demora a acostumar-se com a poeira que acumula, com os brinquedos que se espalham, com os sapatos que teimam em ficar onde não devem. a difícil empresa da mudança. da promessa cumprida.


o que me fascina é o impermanente. o que pode mudar. embora raramente eu me disponha a fazer qualquer mudança. tatupai mudou a sala depois de muita resistência da minha parte. e eu tive que admitir que ficou bem mais bonita. no lado certo. é o outro lado::: a memória. nossa casa é repleta de memória. cada objeto lembra uma passagem. um momento. um outro lugar. aqui, o quadro do joéser ganho numa noite de reencontro. e a fotografia da lan (e fora do enquadramento da foto, clarice e cy), o banco comprado depois de uma noite divertidíssima com nosso amigo celso, o quadro-cadeira comprado em recife. a luminária que pende do teto toda feita pelo tatupai. nossa amada estante de cds. o sofá finalmente da cor que sempre deveria ter sido. é tudo história. é acúmulo, mas é memória.
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