quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

familinha


 meu amor é bem maior do que todo posto

dias de paz. pode não ser verdade (não em outro momento), mas mergulhada no mundo da casa, estando o tempo todo com "meus dois homens", me vem o pensamento de que seria feliz assim::: só cuidando deles, só cuidando da casa, só lendo meus livrinhos, só assistindo aqui e ali  a algum filminho. planejando, cumprindo. tudo "inho". é bobagem, claro. mas é desejo. é uma sensação de estar no mundo com as pessoas certas. de sentir aquela sintonia que não houve em nenhum outro lugar, em nenhum outro tempo.

e sim, queria mudar aqui e ali. em mim e no tatupai (Poeminha por ora só nos encanta - nada a reclamar). mas para além disso, vem uma... vem. e dizer o quê? como nomear isto? como não temer que isso um dia acabe?

dias destes, estava no quarto e vi o tatupai passar com um punhado de verduras na mão. ele estava preparando o almoço e veio ali colher cheiro verde na sua horta improvisada na antiga banheira do Poeminha. e sem querer, senti o olho lacrimejar. uma emoção antes mesmo que eu soubesse nomeá-la. e achei que a vida era isto também, que esta também era uma boa razão para estar no mundo::: para poder ver o parceiro colher verdura para o almoço que preparava para nós - uma familinha. 

uma familinha.

não não. não é a instituição que defendo. esta, que esconde tantos podres nos seus tapetes ordenadamente limpos (e eu gosto de tapetes ordenadamente limpos, embora quase sempre esteja pronta para pôr para fora os tantos podres). esta que para se sustentar precisa fingir que aguenta todas as terríveis palavras, as terríveis ações e, pior, as terríveis omissões. o que defendo é este momento. é esta possibilidade de estar assim, a dois, a três, e sentir esta ternura. esta alegria. esta (a)ventura.

será possível pedir o impossível? se for, peço para que seja sempre assim::: esta lindeza bem maior do que.
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1 Palavrinhas:

Teoliterias disse...

talvez, simples assim...menos e pouco...pouquinho...e vamos...sempre!