segunda-feira, 25 de julho de 2011

a maluquete amy

que tarde triste. fiquei tão brava com esta maluquete. como é que ela nos deixa com esta batata quente na mão? este mundo ficando cada vez mais careta, tudo encaixotadinho, politicamentecorreto, os guetos cada vez mais acentuados, até os fumódromos ao ar livre desaparecendo, intolerânciamil, as pessoas cada vez mais feias, aí amy inventa de morrer para dar mais munição a esta gente toda policialesca. tristetristetriste.

lembro do dia em que perguntei, desolada: "tatu, por que não tem ninguém para cuidar dela?" talvez ela não tenha deixado. talvez ninguém tenha tentado. como é que se suporta tamanha dor? ou como ter suporte para as loucuras todas? deve ter sido um inferno. e isso estava muito evidente. mas havia ali um mistério. uma beleza. que vinham daquela voz sofrida. daquele corpo desajeitado. 

eu fico com a impressão de que todos morremos um pouco. que o luto encobriu a todos que amamos a música. a arte. e que o mundo ficou ainda mais feio sem a sua tristeza funda. tudo cedo demais.
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3 Palavrinhas:

Anônimo disse...

há algum tempo sigo teu blog ..podes estranhar um pouco alguém assim desconhecido/curioso propor tal coisa, mas p q tanta seriedade?.. [eu mesma não me importo....descubro os pontos estranhamente afins!!por isso te add no face...]

Leo e Joplin disse...

SEnti um grande pesa. A morte é um interrompimento besta! Os milhares de fã q choraram frente a casa dela, foi estranho, seria aquele choro uma expressão de dor pela perda, uma vontade de estar na mídia, ou um clamor frente a dor q é ver alguém entrar em fase de decomposição diante da dependencia quimica. Nem sei o q dizer. Bom, acho q já disse, Bjos A Amy, e uma bjo Milena!

Lucianne Menoli disse...

Bem, em meus tempos de faculdade de filosofia (que acabei abandonando...) tbm não consegui lidar com tanta coisa na cabeça, e se antes eu já era "maluquete", durante parte do fiz do curso ganhei o "carinhoso" apelido de Lucianne Winehouse. Salvo meu gosto pela ironia, na época fiquei "emputecida", xinguei muito, e como já se pode prever, fiquei mais "amy" ainda... Mas com o tempo, foi crescendo minha admiração por ela, fiz um teste numa banda que se propunha a tocar mpb e fui recusada por ter uma voz "sofrida demais, algo meio amy caberia bem melhor pra vc", foi o q disse o cara. sim, voz cada dia mais rouca e grave pelos sucessivos cigarros e madrugadas verborrágicas regadas a bebidas geladas com teor alcoolico bem superior ao juízo. E assim, quando ela morreu, eu tbm q ainda não estou na melhor das fases, te respondo, amiga, nessas horas não fica mesmo ninguém pra cuidar: a família acha q deixar por conta e risco é ensinar a se virar, os "amigos" de mesa só qnd vc ainda não chegou na fase autodestrutiva e agressiva, e os amigos mesmo, esses eu só vou descobrir agora por que diabos eles de fato, desaparecem tbm. Afinal, acordei. No dia da morte dela, escrevi um texto dizendo que poucos tem a sorte de morrerem cedo, cedo demais, ao ponto de interromper a sua própria estupidez. Mas isso sim é estupidez. Dá pra revisar e reconstruir tudo sem morrer, morrer seria deixar de lado toda a luta, então foi tudo para quÊ?

Ficarei. E o melhor mesmo para voltar a acreditar é cedo, bem cedo. O quanto antes. Amy, não descanse, continue cantando, pelo menos soprando essas dicas todas nos meus ouvidos.