sábado, 2 de janeiro de 2010

para o filho


Poeminha, você foi a estrela do natal e da festa do ano novo. a família do seu pai em volta de você. datas importantes, filho. para mim, sempre alguma saudade. e alguma tristeza dos muitos natais que não tive. você os terá, filho. eu prometo.

à meia-noite, eu e você vivemos um momento lindo. posso lhe garantir que vivi um dos momentos mais poderosos da minha vida (e olha que cultivo com amor momentos poderosos). saímos de casa para ver a queima de fogos. eu não queria ir. vontade de lhe proteger. como imaginei, você se assustou. com os primeiros barulhos, chorou forte. e eu, instintivamente, lhe ofereci o peito. e o peito, eu descobri, é muito mais que um alimento. é um escudo, filho. nada mais lhe assustou. nem um único movimento indicou que você ainda escutava os barulhos que segundo antes tanto lhe assustava. foi tão bonito. veja, meu filho. a sua presença, a sua tranquilidade fez dessa "virada" a mais bonita de toda a minha vida. e sabe por que, filho? porque, quando lhe protegi, me senti inteira. foi você quem me protegeu. chorei. e de pura felicidade. senti que todos os vazios ou todos os transbordamentos de ano novo foram nada se comparados com o que eu e você vivíamos ali. comunhão plena.

nem sempre será assim, você vai ver. nem sempre poderei lhe proteger das dores do mundo. muitas vezes, você estará sozinho. em outras, não vai querer minha proteção. ou não vai precisar. mas saiba, filho, que eu descobri algo no primeiro minuto de 2010: que, enquanto eu viver, você poderá contar comigo. eu estarei sempre a postos.

obrigada, meu filho, por existir. você e seu pai me completam.
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