terça-feira, 12 de julho de 2011

Em Paraty

Imaginei que daria para escrever todos os dias enquanto estivesse na FLIP. Por isso, o marcador "Crônicas da FLIP". Ocorreu o exato contrário: não consegui nenhum dia. Fiz duas descobertas interessantes por lá: não seria uma boa jornalista nem uma boa fotógrafa, duas profissões que, em tempos diferentes, já quis chamar de minhas. Para as duas, falta-me a disposição do intervalo. Na FLIP, não quis parar nem para escrever nem para tirar fotografias, esta última agravada pelo fato de que eu e minha supermáquina continuamos inimigas de morte. 

Tentei ver o máximo possível da programação, o que, diga-se, não quer dizer grande coisa: para cada programa que escolhi, deixei de ver outro tanto - algo como não ver Ferreira Gullar porque não tenho o dom da onipresença. 

A FLIP foi, para mim, uma lindeza. Fiquei emocionada em vários momentos.  De chorar. De escorrer lágrima. Não me envergonho: se eu tivesse a predisposição de fazer uma crítica negativa a FLIP, eu não teria ido. Aliás, tenho horror as gentes que olham tudo com enfado, sempre com uma crítica sarcástica e aparentemente muito inteligente, que teria o dom de mostrar o "horror" daquilo que os reles mortais deslumbrados não teriam o poder de ver. Eu até sei que a FLIP é, evidentemente, um evento para gentes endinheiradas ou esforçadas (incluo-me nesta segunda categoria, claro) que se dispõem a pagar os tubos por uma hospedagem em pousadas nem tão confortáveis assim. Sei também que qualquer gesto - positivo ou negativo - dos escritores convidados pode virar um factóide que, no momento imediato, circulará em toda a Internet e, na manhã seguinte, estará nos principais jornais de papel ainda em circulação. A Folha de São Paulo tem uma "casa" por lá. Assim como a Companhia das Letras, o Instituto Moreira Salles e muitos tais. E a livraria oficial da Festa é a Livraria da Vila, que, como já falei por aqui, é muito charmosa, mas cobra bem alto pelo seu charme. 

Eu sei de tudo isso, mas não me esqueço do meu primeiro impulso, que era o desejo de ir, o que,em outras palavras, significa "aceitar as regras do jogo". Foi assim que a trupe de cinco - Rosana, Nilza, Pedro, Manamácia e eu vivenciamos estes cinco dias: com olhos livres, como dizia Oswald de Andrade, o homenageado da vez.
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2 Palavrinhas:

sandra disse...

testando

sandra disse...

E eu em Vilhena morrendo de inveja e arrependimento por não ter ido também...