sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Primeiro filme do ano

Pensei em escrever ontem. Ou antes de ontem. Por momentos, vi-me impregnada de poesia, de tanto a dizer. Em outros, achei que não poderia dizer nada além do que já disse de maneira mais inteira. Tateio meio vacilante os primeiros dias do ano. Estive por aqui entre livros. Bêbada, às 5 da manhã, comprei Henry e June, de Anaïs Nin, na banca de revista do Lanche Estadão. Comecei a lê-lo ali mesmo, no balcão do bar, até cochilar. Estava adorando o livro, mas talvez ele tenha descido a cachoeira para onde fomos (eu, amado, Mari, Ana) nos três ultimos dias do ano. Não sei. Perdi. Agora vou ter que comprar outro. Lia Anaïs e me lembrava da Lu o tempo todo. Lu, a da foto aí embaixo. Como já disse em outro lugar, Lu é ao mesmo tempo Ana Cristina César, Silvia Plath, Anaïs Nin... E agora vejo que ela é June também. Uma flor de delicadeza. A viagem foi muito desejada. E vivida com muita alegria. Depois conto mais. Também tiveram muitos filmes nestes dias. Vi vários que mereciam umas boas palavras. Deixo para depois. Ou para as palavras que nunca abandonam o estado de gestação. No tédio do primeiro dia, assisti Amarcord, de Fellini. Achei que merecia ver um grande filme no primeiro dia. Amacord, para quem não sabe, significa eu me lembro. Fellini põe em imagens inesquecíveis o tecido das suas memórias. São como as nossas imagens: esgarçadas, engraçadas, tristes, delirantes. Sem o mesmo talento, pus-me a pensar em cenas equivalentes da minha vida. Fiquei, então, por aqui, grávida de delírios e emoções.
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