terça-feira, 2 de dezembro de 2008

emoção é a palavra

ouvimos este cd com a alma na mão. o coração aos saltos. e saem tão espontaneamente palavras de admiração. é um momento único, um músico único, como diz o apresentador do festival de montreux. em 1979, eu tinha apenas 5 anos. ele, ainda nem tinha nascido. e agora rimos feito meninos ouvindo as peripécias deste senhor de cabelos todos brancos nas terras do velho mundo. a verdadeira arte, seja qual for sua manifestação, não envelhece nunca. pulsa como um coração em contato com o coração do outro.

eu tenho tanto a dizer do espanto destes dias. mas por que espanto, falta-me o tempo. olho agora para os irmãos karamazov. carrego a caixa como quem embala um bebê. dentro dela, os desejos. e os anzóis vêm em minha direção. cadê cyane que está bem aqui na minha frente? suas adagas e seus anzóis, estão. mas sinto sua falta na janelinha virtual.

e o que dizer a nilza, que me leu e escreveu assim tão bonito? "adorei, amei, me encantei. chorei até umas horas. Meu pai vem é lindíssimo, de uma singeleza, como vc gosta de dizer, delicadeza, meiguice. Seu prof tem toda razão, a sua escrita escorre quente, humana, de parto natural. Vc já deve ter fãs n°1 aos montes, portanto quero ser só a leitora de outros mais escritos como estes".

por inteira, me emociono. e mais do que nunca sinto que o caminho é este. o caminho do bem-querer. da gentileza. do cuidado. da dedicação. da concentração. e também da dispersão. da noite longa. dos olhos cúmplices e marotos. do entregar-me inteira à aventura do viver, mesmo que a lágrima caia. mesmo que os enganos existam. há e haverá sempre uma varanda com vista para a estrada. a varanda da imaginação. e durante a noite corre um vento frio. um sopro quente. e a ternura.

sim. ainda minhas meninas. diazinhos beijando-as todos os dias. com gosto de batata recheada feijoada peixe sushi sashimi. as delícias da mesa; tão boas que não deveriam engordar. e tão bonito maneca me deixando na rodoviária dirigindo seu super carro, adiantando a cabeça para receber meu beijo enquanto pergunta quando voltarei numa saudade que parece antecipada pela presença. logo. logo.
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e a manhã com cara de noite. passeio pela chuva até ao rio que agoniza. a vitrola interna exteriorizando um sem-fim de cumplicidades. e a noite com cara de madrugada. olhos doces e sabidos a me ouvir. e eu, com meus zoinhos cada vez menores, a escutá-los. depois a rua vazia recebe nossos passos trôpegos. chaplins ébrios carregados de memórias imaginando alto o diário de florença.
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sim, a vida. hermeto eterno. o fogo. e o espelho que quebra no momento de ir para a parede. e ainda pina bausch e leonilson sobre a mesa à minha espera. e julio cortazar, que me lembra denise. de quem sinto saudade. e aqueles olhos doces me trazem também marie, de quem também sinto saudade. e mari me lê por aqui. ficaria vermelha, se fosse branquela. sendo preta, ruborizo por dentro.
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