sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Rapidinhas

Mundo louco. Uniban. Apagão. Madonna no Rio. Basta uma passeadinha pela net para sacar que realmente não vale a pena ficar a par.

Tenho gostado mais de ver filmes antigos do que filmes de agora. Je suis un grand menteur, sobre Fellini, vale mais a pena do que muitos filmes que saíram do forno agora. Do que muita conversa jogada fora. Ouvir gente sabida é outra coisa. E Hiroshima mon amour, então, é até covardia comparar. Filme que me deixa com dor nas tripas. E meio melancólica: não é um filme sobre uma história de amor. É um filme sobre o "horror do esquecimento". Sei bem o que é isto. Eu sofro porque sei que vou esquecer. Cena: manhã fria em um estúdio de Paris. Um choro sentido, longo e, pensando bem, nada elegante. E eu digo que choro porque vou esquecer, porque é só naquele momento que sinto o que estou sentindo.

A revolução dos bichos, de George Orwell. Sempre a culpa por não ter feito aquelas leituras óbvias - meio obrigatórias para qualquer leitor que se pre... Dificuldade de gostar do discurso. Prefiro a fábula: os porcos andando sobre duas pernas mandando nos cavalos, nas galinhas, é de morrer de rir. Troco a sisudez da "mensagem" pela hilariedade da imagem. Deve ter algum filme baseado no livro. Vou procurar.

Horror à intolerância. Diante de alguns fatos, fiquei pensando que falta humor no mundo. Em mim, inclusive. Talvez com a diferença que eu fico alerta. Mas não sei se ficar alerta evita a minha intolerância (talvez intolerância com quem é intolerante!) ou só me deixa mais tensa. Só sei que não tenho fobias tão grandes com os seres esquisitos. Gosto das esquisitices. Gosto dos seres esquisitos que pensam. Ou que são engraçados. Só não gosto da pose. Horror à pose também.

Maria Gadú canta pra caralho. E tem um jeito de quem não está nem aí - que adoro. Vale a pena todo o CD: é delicado - uma "bela flor". Gostei também do novo CD da Céu - mas gosto mais do primeiro. Legal isto de ela ter "dado um tempo", e ter colocado o nome do CD de "Vagarosa" - e tudo é meio lento mesmo, com aquela ginga de malandro - samba e reggae... E na faixa "Vira lata", tem meu amado Luiz Melodia. O iê iê iê de Arnaldo Antunes é coisa de gênio. Ui! Da minha parte, continuo com aquela estranheza de sentir que Arnaldo quer cantar certinho, bonitinho. Sinto falta do grito, já disse. Mas gosto destes trabalhos conceituais. É preciso ouvir o CD todo para compreender a proposta. Dá para voltar no tempo e curtir a atmosfera do iê iê iê.

Sim. Vida. E meu filho aqui ao meu lado. E o amor Tatu ao meu lado.
.
.
Categories:

0 Palavrinhas: