sexta-feira, 19 de março de 2010

Sobre o trabalho

Volto a trabalhar na próxima semana - e hoje comecei a ensaiar a volta (ou seja, comecei a preparar a parte que me me cabe neste semestre!). Causa espanto quando digo que poderia passar a vida sem trabalhar, mas, sim, eu poderia. É certo que eu batalhei para ser professora universitária. Por essa profissão, submeto-me a um corpo de forasteira. Porém, jamais diria uma frase como: "o trabalho é a minha vida". Nem de longe o meu foco está apenas no trabalho - nunca me entedio aos sábados, domingos e feriados. E isso desde sempre. Trabalhar é bom para ganhar dinheiro. E para mim, "dinheiro é um pedaço de papel,.... Dinheiro tem valor quando se gasta". Eis uma das lições valiosas do moço lindo Arnaldo Antunes.

Existem muitos pequenos prazeres - e são por eles que vale a pena viver - e trabalhar. Nestes seis meses, vivenciei muitos desses pequenos prazeres. E custa-me sair da bolha! Não foi apenas ser mãe. Foi descobrir ainda mais a delicadeza. A emoção de viver fazendo o que se gosta, com quem se gosta. Sinto-me, sim, invariavelmente cansada; olheiras, muitas.  É uma mão-de-obra ser mãe! Porém, eu fiz tanta coisa. Li uma porção de livros - e deu tempo de adquirir outro hobby. Sim, sim, agora sou uma senhora que assiste a séries de TV. No caso, quatro: The good wife, Brothers and sisters, House, 24 horas. A princesa passou por aqui e implantou este vírus nos Tatus. 
Eu sinto uma grande alegria por ser assim. Respeito muito a história de quem passa a vida trabalhando e faz disto a base de sua vida, mas não me serve de exemplo. Eu sempre achei que precisava dar um passo a mais, cultivando o estar à toa na vida. E cavando muito bem as minhas horas à toa, sem desperdiçá-las com porcarias como este tal de Big Brother (desculpem-me adentrar neste assunto, mas enquanto escrevo não consigo parar de pensar em uma das chamadas do Yahoo, que diz que mais de 70 milhões votam nos "paredões". Quequéisso, meu jesuscristinho. Pensando bem, pra quê tempo livre para este 70 milhões?!!).
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5 Palavrinhas:

Anônimo disse...

Milena, concordamos num ponto: também poderia passar a vida inteira sem trabalhar; não tenho nenhuma vergonha de dizer que adoro ficar à toa.

Mas discordamos do seguinte: dinheiro, para mim, não é só um pedaço de papel. Além de ser a única coisa que me obriga a trabalhar, é a única criação humana acima de religiões, nações e ideologias. Infelizmente, tenho tendência a acreditar que todos nós nunca escaparemos dele. Sem ele, a vida é simplesmente insuportável (sei do que falo, tenho larga experiência no assunto).

E você trabalhou bastante no seu período de licença, uai! Você mesma escreveu: "é uma mão-de-obra ser mãe!". Minha mãe, já falecida, dizia que ser mãe é a única profissão da qual nunca se pode aposentar...hehehe...

Um abraço e bom retorno ao trabalho!

Anônimo disse...

Ah, e a propósito, se puder, dá uma lidinha na última postagem do blog da Adelaide Amorim; não sei exatamente por que, mas acho que tem tudo a ver com esse seu texto.

renata penna disse...

flor,
ser mãe é sem dúvida um trabalho danado... mas delícia maior ainda. :-)
eu amo meu trabalho, não saberia viver sem produzir algo em q acredito, criar. é algo q me alimenta, tb. mas não tem nada mais colorido pra mim q os momentos com as filhotas, com o companheirão, à toa, fazendo as lindas coisas simples de todo dia...
bjo bjo bjo e boa volta!!

Marcelo disse...

Oi Milena, sou Marcelo, do blog O Luzíada, estamos aí, abs M

Pips Marshall disse...

Mi, eu sou totalmente solidária com os seus sentimentos em relação ao trabalho, ao dinheiro e as séries de tv! beijos com muitas saudades de vc! E saudades da convivência perdida!