Chove muito lá fora. A moça na varanda vê os tetos de zinco. Acaba de ouvir uma voz em outra língua. Meio dia e meia. 16h30pm. Como não soube responder a nenhuma das perguntas feitas a ela, conta uma história: “Lembra do dia em que lhe disse?
Hoje eu fui Roland Barthes, contrariado, despelado, acanhado, sentado em um banco gelado, segurando seu engano sem saber o que fazer com ele, até se levantar e o caminhão passar por cima da contrariedade, do despelo e do acanhamento. E o banco gelado perder imediatamente a importância. Pois estou outra vez diante da varanda segurando meu engano sem saber o que fazer com ele à espera do caminhão”. Contada a história, a moça volta a não compreender a outra língua. Entende duas palavras. E nem chega a chorar. Na varanda, vê os tetos de zinco na chuva. Meio dia e meia. 16h30pm.
1 Palavrinhas:
esses momentos em que a gente nem chega a chorar... às vezes, são os piores.
bjo, flor.
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