domingo, 18 de janeiro de 2009

A quase leitura de Os irmãos Karamázov


É sempre um momento poderoso ler Dostoiévski. As sombras descem. E meus olhos ficam ainda menores - como se houvesse um susto, ou um temor. O que se passa? Ainda mais Os irmãos Karamázov, um livro quase mítico para todos os leitores brasileiros que amam Dostoiévski e não sabem russo. Foi longa a espera por uma tradução direta do russo. Quando eu soube que finalmente havia saído a edição da Editora 34, com tradução de Paulo Bezerra, o desejo de possui-lo foi intenso. Todo desejo primário é o da posse. Comprei-o imediatamente, embora soubesse que não teria tempo de lê-lo. Agora, estou lendo-o. Ou quase lendo-o. E, embora muita coisa aconteça a minha volta, a impressão é de que estou em algum lugar da Rússia; um lugar feito de conflitos e contradições. E é por assim estar que eu me demoro a realmente começar. Tenho medo de marcar o início do ano com a leitura deste livro. Talvez porque eu lembre exatamente os momentos da minha vida em que li O idiota e Crime e castigo e, embora tenham sido momentos de acontecimentos vitais na minha vida, são estas leituras que, no filtro do tempo, continuam vívidas na minha memória. Não exatamente as histórias, porque não tenho uma memória privilegiada, mas o que senti ao lê-las. É este sentimento - ou um sentimento parecido - que talvez agora exija de mim um retardo, uma demora.
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Hoje li Fausto Zero, de Goethe.
Ontem, Pier Paolo Pasolini, de Maria Bethânia Amoroso.
Nos intervalos, finalizei o Livro I de Os irmãos Karamazóv.
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O que me espera no Livro II?
Amanhã, lerei Dialogos com Leucó, de Cesare Pavese. Relerei.
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Minha irmã Maneca, minha irmã Mácia e meu sobrinho irão embora amanhã. Passaram a semana comigo. Ora dormitando, ora vendo filmes, ora andando pela mata, ora... Antecipo o vazio de amanhã e perco o sono.
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1 Palavrinhas:

cotidiano disse...

OI!
Quanta saudade!!!
Amamos vcs.
Bjs.