domingo, 2 de maio de 2010

O último suspiro de Buñuel

Livro lido há um tempão.  

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Meu último suspiro é um livro incrível do Luis Buñuel - não tanto pela linguagem, um pouco decepcionante para quem está acostumada com seus filmes, mas pela vida intensa deste cineasta. Ele conta seus feitos como se tudo tivesse sido por acaso, como se os acontecimentos da sua vida pudessem ocorrer com qualquer um.  Esta ideia sempre me  encantou: creditar as vitórias e também as derrotas a um caminho feito meio às cegas. Talvez por ele ser um gênio, assinalar a sua genialidade e a de seus amigos não teria cabimento.  Lembrou-me uma frase do Domingos de Oliveira. Em seu programa com a Deborah Colker, ele falou mais ou menos assim: "Como continua com esta simplicidade? Um  sábio não sabe que é sábio". E assim é Buñuel. Ao invés de apresentar um relato crítico, ele insiste em dizer que tudo foi obra de  alguns jovens que tinham em comum apenas a intensidade dos dias vividos em grupo.E neste tudo consta, por exemplo, o movimento surrealista (!!).

Os dias.  Espanha. Paris. As amizades da juventude - as únicas que ficam para sempre. Os amores. O amor. Um e outro acontecimento sobrenatural. Aquele encontro. O pai. A familia. A saudade do passado.  Acho que a vida, qualquer uma, é feita disto. Mudam-se os lugares, as pessoas, mas a base vem sempre do encontro, que é sempre um acaso.
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1 Palavrinhas:

Aline Belle/Cherry disse...

sabe que sempre fico com vontade de ler os livros que vc resenha?
Também senti saudades do blog, mais especificamente do Palimpnóia, lembra dele? Pois é, voltamos...
Seria uma honra tê-la por lá.
Beijos, flor.