sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Edson, Vera e Milena

eles gostam de mar. mas foram ver o mar porque eu estava lá. palavra deles: quando perguntavam o que tinham ido fazer em Natal, eles diziam displicentemente: “fomos buscá-la” e apontavam para mim. pois foi. perderam-se até me encontrarem. nós nos perdemos muito; sem guia, sem frescuras, sem afobamentos. porque eles baguçaram todos os meus planos. eu queria servi-los do bom e do melhor: hotel bacana, restaurantes da hora, passeios maneiros. mas eles não queriam ser servidos. eles queriam apenas estar comigo. e com isso aprendi um monte. fizemos as contas de quando nos conhecemos. 23 anos que eu e ela. 20 que eu e ele. eu queria ter palavras para destrinchar todos estes anos. é assim: um dois três anos sem nos vermos... o tempo desgasta, não é esta a lei? pois esta lei não nos serve. eu e ela sempre continuamos a conversa do dia anterior, mesmo que este dia anterior tenha sido há anos. se tenho que nomear o que é isto, eu nomeio de cumplicidade, de amor, de confiança, de inteireza, de alma gêmea. eu amo sua risada rápida, o modo que é só dela de dizer “nã, Milena”. quando contei, ela tirou sarro de mim dizendo que vai gravar a risada e me enviar. e ela é bem capaz disto. porque ela ri das frescuras que involuntariamente acrescentei desde que nos separamos, mas também sabe ver que continuo a mesma, que nem distância, nem tempo, nem nada podem tirar de nós o que criamos com todo este bem-querer que temos uma pela outra. e ela sabe o exato dia que parti. nem eu sabia! nem minha mãe sabia! 18 de janeiro de 1991. pois foi. dando razão ao Ed, guardei para mim como uma declaração – e de amor.

foi assim que andamos os três por Natal. passeios maneiros sem guias. jantar em beira de estrada, acolhida deliciosa na casa da amiga deles. cerveja e queijo coalho na cozinha até tarde da noite. muita muita conversa. 9 horas de carro entre Natal e Iracema. muita muita conversa mesmo. quer dizer, na viagem Verinha dormitava, mas tenho cá pra mim que ela ouviu toda a conversa. e minha afilhadinha? linda como eles dois. é mole ter dois amigos destes e ela ainda dizer que esta lindeza de menina tinha sido feita, entre outras coisas, para eu ser a madrinha? não tem coração que agüente. eu gravei umas partes da nossa ultima noite. uma doidice. proibido para quem não compareceu. mas posso adiantar que passei todo o dia com uma ressaca dos diabos. e feliz sem fim de fazer parte da história destes dois.
e de ser parte desta mulher para sempre menina que me ensinou a sorrir.
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5 Palavrinhas:

renata penna disse...

bom demais a gente ter alguém assim. são poucos, especiais e preciosos.
bjitos!

marcos disse...

Coisa preciosa, né? Beijodaí.

Rubiane disse...

Lindo, lindo, lindo,lindo.....
(propagando-se no infinito)

Anônimo disse...

A plataforma 1 leu tudim e avisa a plataforma 2 que ela escreve do mesmo modo que fala e provoca a mesma reação. Não gosta de acordar cedo? Se tem que acordar a solução é não dormir... Beijos.

$ulin@ disse...

Oi!!!!!!
entrei só pra fazer uma correção, vc escreveu 1991 e vc partiu em janeiro de 1990...
estou com muita saudades
bjão