Finis
C'est finis
C'est peut-être finis
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C'est finis
C'est peut-être finis
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May B. Fui às lágrimas. A francesa ao lado também soluçava. Antes, lia um livro de Dosto. May B é Beckett em movimento. É terrível ver a dor a descrença o abjeto o horror o mutilado o não o sim a espera o corpo a miséria a torpeza o aleijão o pior dos mundos [o de dentro de nós] o medo a dúvida a angústia a solidão o luto o escárnio o sexo mecânico [há algum que não?] o obscuro o absurdo o estranho a memória o estrangulamento a desordem a repetição o peso o emparedamento - em movimento. Grutas Cavernas Buracos. Hesitação. Peut-être. Talvez. Quem pode nos salvar da humanidade que há em cada um de nós? Alguém pode nos salvar do efêmero do transitório do absurdo dos desejos dos medos? A salvação é uma mera formalidade. Perder-se é tudo na obra de Beckett. Os dez dançarinos gemem grunem arrastam seus pés deixando uma nuvem branca que pouco a pouco toma conta do palco: e soltam seus vermes seus espasmos seus gemidos - defecam - na hesitação disto que é a literatura no seu mais alto sentido; na dança no seu mais alto espanto. Perplexidade. Dúvida. Haverá algum dia um dia? Não se pode morrer sem ler Esperando Godot; Fim de partida; Molloy; O inominável; porque são nestes livros que se aprende a morrer a cada dia; e a viver sem que a vida seja ela mesma uma vida de ameba. A imobilidade de Beckett - seu absurdo riso - pesa sempre sobre mim a me mostrar o abismo profundo. Não há nenhuma terra prometida. E quem precisa dela, se só nos resta a solidão quando os outros dormem o sono dos justos. A justeza e a justiça são tão vazias. A luz diminui. Apaga. O homem fica só no meio do palco. Hora de parar de chorar. Todos aplaudem por mais de dez minutos.
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* May B, da coreógrafa Maguy Marin, foi concebido em 1981, e já atravessou meio mundo em mais de 500 apresentações. Estava na programação do Festival Beckett, organizado por Peter Brook, em diversos espaços e linguagens, aqui em Paris.
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* Vi no Teatro Jean Villar, em Vitry-sur-seine, às 16h. Difícil chegar lá. Prazerosa a busca.
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2 Palavrinhas:
Pois é tava na hora de voltar, precisei do meu tempo, tive ele, agora estou de volta. Aguardo sua visita!
Bjos!
... aqui em Paris! ai meu deus, que inveja!!! rs...
É claro que não vi! Mas é claro tb que vc me deixou cheia de vontades. Gosto desta forma de exprimir o grotesco que nos anda por dentro!
Ah... deve ter sido realmente emocionante!
Beijocas
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