segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Na cidade

Em BH foi maravilhoso. Uma paisagem urbana cheia de carinho. Depois vou lincar aqui as pessoas que conheci e já conhecia antes. Foi tão bonito. Halem eu quis conhecer. E foi tão rápido! E teve a Ana e o Fabiano. Enquanto os via, embora soubesse que já os tinha lido, pensava que nada substitui o conhecer, o ver, o conversar olho no olho.
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Agora Sampa. Depois volto a BH. Sampa é minha cidade. Faço minha às palavras de Daniel::: Sampa é uma prostituta que nos dá tudo e depois cobra o seu preço. Chove chove. Isso jamais foi problema para mim::: trago em mim a chuva ou o desejo de chuva. Hoje vi Tio Vânia, diretor Celso Frateschi. E chorei como um bezerro no fim. Todas as vezes que eu pensar que sou escritora, lembrarei do fim desta peça::: a perfeição. Talvez a perfeição esteja nos clássicos::: a palavra na medida exata. E talvez a dor maior seja que os clássicos nos mostre nossa imperfeição, nossa vontade de sermos mais do que somos.... para em seguida vermos que não é nada disso, que nada podemos. (sem ponto de exclamação, porque meu amigo escritor me diz que isto é fútil e desnecessário!!!!!!!!!!!!!!!!!!) .
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Amanhã vou para São José do Rio Preto para mais um congresso. Sinto que vai ser bom. Por aqui, tudo ao mesmo tempo agora. O Festival de cinema rola. Vi Bergman hoje. Bergman, para quem não sabe, é meu cineasta essencial. Fellini é o outro. E eu estava ali. Tarde fria a ver Bergman. O que mais posso querer da vida? Tanta coisa. É esta incompletude que me leva. Nada saberia ser sem isto. Sinto medo e muito tesão. Parece incompatível, mas é isto mesmo. No filme do Bergman, era isto: ele sabia como caminhar pela vida; tinha o coração puro... mas era tão impetuoso!! Me identifico? Acho que sim.
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e se não for nada disso? Tchekov, que escreveu Tio Vânia, diz-nos que tudo é para depois. Mas enquanto bebo cerveja com estas três moças lindas - mari tati van - eu acho que tudo é para agora.
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A quem dizer que tudo é bom?
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Agora ando pela cidade com um chapéu vermelho.
Agora sou uma personagem.
Agora sou eu mesma com saudade.
Não é romance! Romance é coisachata.
Agora é cumplicidadeolhonoolho.
A bailarina no filete da navalha.
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Agora toda a vida corre em mim enquanto sinto sono sem vontade de ir para a cama.
Chove chove.
E ouço barulhos de carros lá fora.
Toda a noite desce sobre mim.
Melhor dormir.
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2 Palavrinhas:

Anônimo disse...

Ainda bem que você encontrou coisas boas na cidade. Ia ficar com mais dor na consciência.

Te enviei uma mensagem por e-mail. Recebeu?

Um abraço.

Anônimo disse...

E aqui vc fala novamente em BH e eu novamente me encanto. Como é bom ser filha e amante desta cidade!!!
Queria tb conhecer o Halem!!!
Beijoconas