(com foto da série “manifesto antropófago”, de Zé Celso)
o mundo está aí. lagartixas rastejam e algum pássaro voa. a cabeça do rinoceronte enfrenta a linha reta cheia de curvas. talvez baile no meio do perfume que agora sai de mim. a toda hora o acaso bate em alguma fresta. e a fresta ou se fecha ou se expande. o nariz carrancudo vence a peste que o devorou. o mundo está aí. e os répteis se esgueiram nos becos. as luzes queimam minhas pestanas. e eu me despeço de algum eu e olho no espelho meu corpo cheio de vestígios. deixo o dedo espetado na agulha. e a navalha perfura o olho. nenhuma pausa na noite que desce enquanto os fantasmas bailam no tapete daquela árvore mal colocada no caminho. eu os pego pela mão e dou um sorriso de escárnio. a cabeça pende e mais um litro de vinho descansa vazio. o mundo está aí. pare, ouça, ande, veja. não custa nada. só lhe custa a vida - diz Gil e Duprat. com antropófagos e tropicalistas Caetano e Torquato Zé Celso e ele mesmo, toda loucura desce sobre mim na manhã quase noite.
6 Palavrinhas:
Milena, acabo de ler seu comentário lá no blog. Fico toda prosa de participar de sua aula. E se der o resultado que você espera - tomara =o/ - fico mais prosa ainda.
Mas lendo seu post pós-tropicália, fico imaginando como eles reagiriam se fosse um texto para interpretação, p.ex. (são adolescentes, não?), porque em geral a galera gosta de coisas assim anticonvencionais, isso mexe com eles.
Sucesso com a meninada!
Beijo beijo.
descobri seu blog em algum blog por aí. Vim como se fosse apenas mais um. Mas depois de ler alguns posts, me impressionei.
Vai virar quase vício voltar aqui. Muito, muito bom teu blog.
Tenha um ótimo dia.
Maurizio
falando da forma, como li seu texto: apesar dos pontos, a ausência de iniciais maiúsculas diminui a pausa. li num só fôlego. como se faz qdo há sede e um copo d'água nos é oferecido.
bom demais!!! (já estou ficando repetitiva, né?rs...)
beijo!
massa!!! massa!!!.. muito massa!.. rs.. dôrei!!
Denso, poético, belo. Delicia de ver e devorar. Prabéns.
Volto.
Cesar
Lindas imagens que se formam.
Beijos, Ana.
Postar um comentário